Universidade Federal de Alagoas – UFAL
Centro
de Tecnologia – CTEC
Departamento
de Engenharia Estrutural – EES
Programa
de Pós-Graduação em Engenharia Civil – PPGEC
Disciplina: Instabilidade das Estruturas (EES-104)
Professor: Eduardo Nobre Lages (enl@ctec.ufal.br)
Assunto: Carga Crítica de Euler
Data: 07/10/2003
CINEMÁTICA
Na teoria de Euler-Bernoulli de vigas são assumidas as seguintes hipóteses cinemáticas:
Figura 1 –
Cinemática da viga de Euler-Bernoulli.
As coordenadas finais dos pontos materiais são determinadas compondo-se as seguintes transformações geométricas:
Essa composição de transformações geométricas, em coordenadas homogêneas, é representada matematicamente pela seguinte operação matricial:
que expandindo conduz a
Fazendo-se uma expansão em série de
Taylor na variável , que por ser considerada pequena se confunde com
, e retendo apenas os termos lineares, tem-se
o que permite representar o campo de deslocamentos de um ponto qualquer pelas seguintes expressões:
onde os
campos e
são funções da
coordenada axial
.
DEFORMAÇÕES
A seguir, estuda-se a deformação linear a partir das expressões gerais das deformações não lineares de Green-Lagrange, dada por
Para o modelo em questão, tem-se que
representando a deformação linear de um ponto qualquer da viga.
Diante da simplificação anterior, verifica-se que a deformação linear apresenta a não linearidade com o deslocamento transversal.
ENERGIA DE DEFORMAÇÃO
Admitindo-se um comportamento elástico linear para o material da viga, a energia interna de deformação é dada por
cuja integração no volume pode ser desmembrada em uma integração ao longo da seção transversal e ao longo do comprimento da barra, ou seja,
Como o eixo X foi admitido passando pelo centróide da seção transversal, a integração na área leva a
ENERGIA POTENCIAL TOTAL
Como exemplo ilustrativo, estuda-se a viga engastada e livre esquematiza na figura abaixo.
Figura 2 –
Condições de vinculação e carregamento da viga.
Sob essas condições de vinculação e carregamento, a energia potencial total é dada por
que incorporando o potencial das cargas externas na forma integral leva a
TRAJETÓRIA FUNDAMENTAL E CONFIGURAÇÃO ADJACENTE
Para o problema em questão, a trajetória fundamental é caracterizada pelo seguinte campo de deslocamentos:
Admitindo-se uma configuração adjacente, essa é definida por
Para a configuração adjacente, a energia potencial total é dada por
que pode ser entendida como a soma das parcelas
EQUAÇÃO VARIACIONAL DOS MODOS DE INSTABILIDADE
A determinação de configurações adjacentes de equilíbrio é feita estudando-se a seguinte condição de estacionariedade:
que leva a
De posse da condição de estacionariedade, são estabelecidas as duas equações diferenciais de equilíbrio do problema, que são as equações de Euler-Lagrange do problema variacional, a saber:
Essas equações estão sujeitas às seguintes condições de contorno, definidas quando observadas as condições de vínculo do problema:
Integrando-se uma vez a segunda equação diferencial e combinando-se com a quinta condição de contorno, tem-se
que admite como solução geral
onde o
parâmetro é dado por
A consideração da terceira condição
de contorno leva ao valor nulo da constante , enquanto que a sexta condição de contorno conduz a
Para que o problema admita uma solução não trivial força-se que
que admite solução fazendo-se
A carga crítica ocorre para n=1, que após algumas manipulações algébricas é dada por
Introduzindo a segundo condição de contorno, verifica-se que o deslocamento transversal do modo de flambagem assume o formato
.